terça-feira, 10 de novembro de 2009

Roberto de Oliveira prende a atenção de ouvintes durante palestra em TB


Cultura chinesa, relação interpessoal e negócios, estes foram os temas apresentados pelo engenheiro químico que esteve na cidade na terça-feira (29 de setembro)
Mais de trezentas pessoas, entre acadêmicos, empresários e personalidades políticas de Telêmaco Borba acompanharam a palestra do engenheiro químico Roberto de Oliveira na sala de convenções da Fateb no dia 29 de setembro. Roberto, a convite do irmão Reinaldo de Oliveira, diretor do Laboratório Ridan, veio no intuito de compartilhar a sua experiência de relações comerciais com o mercado chinês para empresários e estudantes de Administração, bem como mostrar a abrangência da profissão de engenharia química.
Roberto falou sobre história, educação e principalmente sobre o relacionamento interpessoal com o chinês. “Foi importante porque ele mostrou como é o comportamento dos negociadores chineses. Acontece o mesmo quando alguém vem de fora ao Brasil e desconhece o ‘jeitinho’ brasileiro, porém o ‘jeitinho’ dos chineses é muito mais complexo”, disse o bacharel em Comércio Exterior, Cândido de Matos Gomes, de Reserva. Cândido, que é participante assíduo de palestras que envolvem sua área de atuação, afirmou que pela primeira vez assistiu uma fala com conhecimento. “Todo mundo está acostumado a ver aqueles palestrantes que falam dos ‘sete passos para ser feliz’, ou ‘quais são as sete dicas para se evitar erros numa entrevista de emprego’, e o Roberto não repetiu o mesmo repertório, ele falou do que ele viveu, traçou experiências bem sucedidas, foi muito mais válido para o meu aprendizado”, destacou.
O palestrante já esteve 12 vezes na China e já estabeleceu o seu “guanxi” no país. Segundo ele, chinês não responde e-mail. “Já reclamaram pra mim: ‘Roberto, os chineses são frios, não respondem e-mails, não vou tentar negociar mais com eles’. Engano, os chineses só mantêm contato direto com alguém quando eles conhecem, quando respeitam sua cultura e participam dela. Quando os conquistamos chamamos isso de “guanxi” e, a partir daí, o contato interpessoal com o chinês está engrenando”, explicou Roberto de Oliveira.
Para o prefeito, Eros Araújo, é diferente ouvir alguém que atua diretamente com o mercado chinês. “O que mais destaquei foi a sua vivência. Pudemos perceber que, assim como no Brasil, na China também existem particularidades, principalmente nos negócios”, comentou o chefe do Executivo, que presidiu a mesa de honra do evento, composta também pelo diretor geral da Fateb, Wilson José Tim Pontara, secretário municipal do Trabalho e da Indústria Convencional, Francisco Joalmir Pucci, presidenta da Câmara, Fátima Ribeiro, o presidente do Sindimatel, Erickson Mellus Kemmer e o diretor do Ridan, Dr. Reinaldo de Oliveira.
O evento, para os acadêmicos da Fateb, foi de extrema importância, segundo Tim Pontara. “Os alunos de Administração e Engenharia Química tiveram a chance de enxergar as oportunidades que a China traz. O mundo está entendendo os chineses como a nação do futuro e Telêmaco Borba e a Fateb não ficarão fora desse contexto”, comentou Tim.
Os acadêmicos da instituição aproveitaram o evento de maneira diferente. Para o estudante de Administração, Silvio Tupiná Júnior, Roberto de Oliveira conseguiu identificar o que há de mais importante para uma negociação internacional, nesse caso a China. “Ficou evidente que para negociações o intercâmbio cultural é, às vezes, mais importante que o conhecimento técnico propriamente”, enfatizou. Já para a acadêmica de Engenharia Química, Gislaine Alves, a abrangência da sua futura profissão foi vista de forma otimista. “Para mim que não quero permanecer em Telêmaco Borba, fiquei bem feliz ao saber o quanto um engenheiro químico pode fazer e onde ele pode chegar”.
Roberto de Oliveira falou cerca de duas horas para o público e entre as mensagens que ele passou foi de que o Brasil é o país do futuro e que poderá chegar onde a China está se seguir o país em dois quesitos: educação e mão de obra qualificada. Segundo Roberto, a educação, antes do ensino superior, é totalmente pública. Os professores são valorizados, ganham cerca de U$50 mil mensais. A média de um engenheiro sênior, por exemplo, é de U$20 mil.

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